O Idoso e a Dependêcia - Redes de Apoio
A condição de dependência, leva muitos idosos a recorrer às respostas e apoios sociais existentes, causando por vezes grandes transtornos quer no ceio familiar, que para o próprio utente.
As dificuldades que surgem dado o estado de dependência, que tem por vezes custos financeiros acrescidos, que dificultam e limitam a vida destas pessoas.
Analisando a Carta Social – Rede de Serviços e Equipamentos do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, é possível compreender que a dependência é avaliada consoante o estado em que a pessoa se encontra, e que nesse sentido existem apoios sociais específicos para estas pessoas e para as suas famílias.
Embora a dependência não seja uma condição exclusiva da terceira idade, é neste segmento da população que os números são mais expressivos.
As redes de suporte às pessoas em situação de dependência têm um papel fulcral na sua qualidade de vida. As redes informais compostas pela família, os vizinhos, ou amigos desempenham um papel de apoio e de proximidade indispensável, contudo muitas vezes é necessário recorrer às “redes de proteção social onde as famílias podem recorrer a apoios sejam monetários ou através de serviços disponibilizados através da rede de serviços e equipamentos sociais”.
Estas redes podem ser utilizadas em complementaridade ou por substituição. Quando utilizadas por complementaridade normalmente a família continua a prestar cuidados aos idosos dependentes durante uma parte do dia, na outra o idoso está num centro de dia. Quando é utilizada apenas a rede formal de apoio, os idosos passam a viver numa estrutura residencial.
Ao longo da história as políticas de apoio a esta população foram sofrendo alterações, e surgiram novos serviços e equipamentos. A partir de 1976, aprioridade assenta na manutenção do idoso no seu domicílio o maior tempo possível. Na década de 80 surgem grande intensidade a resposta social Serviço de Apoio Domiciliário (SAD), e o Apoio Domiciliário Integrado (ADI).
No que concerne à população com deficiência e/ou incapacidade, existem também em funcionamento respostas sociais que acolhem também pessoas em situação de dependência, como é o caso do Lar Residencial, do Lar de Apoio, do Centro de Atividades Ocupacionais (CAO).
Enquanto o Lar Residencial e o Lar de Apoio, são respostas sociais desenvolvidas em equipamento e têm por objetivo o alojamento de pessoas com dependência impedidas temporária ou definitivamente de residir no meio familiar, os utentes que frequentam o CAO e/ou os que são apoiados pelo Serviço de Apoio Domiciliário, residem normalmente nas suas habitações particulares.
A evolução e melhoria nos serviços e no apoio a esta população tem vindo a sofrer melhorias e alterações, contudo será esta a melhor forma de apoiar estas pessoas e estas famílias?
Julgo ainda haver muita a fazer nesta área, pois parece-me preponderante que os idosos continuem em suas casas se assim o desejarem, e que por força das circunstâncias não devem ser obrigados a sair e viver nas instituições.
A verdade é que os Serviço de apoio domiciliário, facilita esta continuidade, mas ainda assim a família continua impossibilitada de se ter tornar cuidadora, se assim desejar, pois a falta de recursos impede a saída do trabalho para assumir este papel a tempo inteiro, e acabam por ser os idosos os mais penalizados por essa situação.
Neste sentido há ainda muito a fazer, repensar os modelos de apoio, e os serviços oferecidos, apostar na formação de cuidadores formais e informais, permitir que as famílias se tornem cuidadoras, devem ser prioridades em pol de uma melhoria da qualidade de vida daqueles que tanto deram à sociedade, e que nos momentos de dificuldade ficam desamparados.
Bibliografia:
Carta Social – Rede de Serviços e Equipamentos (2009). A dependência: o apoio informal, a rede de serviços e equipamentos e os cuidados continuados integrados. Ministério do trabalho e da solidariedade social. Gabinete de estratégia e planeamento. Lisboa