O Envelhecimento

Nas últimas décadas o envelhecimento da população tornou-se um dos desafios mais importantes para as sociedades mais desenvolvidas, em particular para a europa. Em Portugal, este fenómeno aconteceu numa fase mais tardia, contudo revelou-se mais intenso, sobretudo “Devido ao impacto e caraterísticas dos processos emigratório. (Rodrigues & Dias 2012:182). De acordo com estes autores, as alterações demográficas tiveram o seu principal impacto entre os anos 50 e meados da década de 70, devido à elevada taxa de emigração da população jovem, e não tanto influenciado pelas mudanças culturais e pelo papel da mulher na sociedade.

O envelhecimento demográfico consiste na diminuição das gerações mais jovens e aumento das gerações mais velhas. Uma mudança que tem por base a descida da natalidade, e desta forma a consequente incapacidade para substituir as gerações. Para além da descida da natalidade, também a melhoria das condições de vida e higiene e o acesso aos cuidados de saúde, estão diretamente ligados ao envelhecimento da população. (Bandeira; Azevedo; Gomes et al, 2012).

De acordo com as estimativas do Instituto Nacional de Estatística (INE), o número de pessoas com mais de 60 anos poderá duplicar o número de jovens, nos próximos 25 anos, “passando de 112 para 242 por cada 100 jovens”, seguindo a tendência europeia. (Marques, 2012: 23).

O estudo do envelhecimento constitui-se um desafio para os mais diferentes campos do conhecimento e ainda são necessários grandes avanços para que se consiga entender o fenómeno em toda sua complexidade.

O processo de envelhecimento é único para cada ser humano, sendo uma experiência universal, progressiva e gradual. O processo de envelhecimento inicia-se após o nascimento e acontece a cada dia.

De acordo com Gradim, Sousa & Lobo (2007), perante este processo, a pessoa idosa pode tomar diferentes atitudes e formas de ser e de se comportar. O decréscimo físico está presente em todo o processo da vida e não pode ser elemento único e exclusivo para caracterizar a velhice, pois o envelhecimento não se restringe a perdas.

Esta é uma experiência diversificada entre os indivíduos, e que está dependente de uma multiplicidade de fatores de ordem genética, biológica, social, ambiental, psicológica e cultural.

A imagem que a sociedade tem do idoso é predominantemente negativa e redutora e à força de ser transmitida de geração em geração, influência significativamente as condições e circunstâncias em que ocorre o processo de envelhecimento. A par das várias crenças, na maior parte das vezes erradas, que se têm dos idosos e da velhice, também a vivência e expressão da sexualidade da pessoa idosa é colocada em segundo plano, por ser comum a ideia que o indivíduo na última etapa do seu ciclo vital se torna um ser assexuado”. (Fernandes,1997:156).

 

 

Bibliografia:

Bandeira, M. Azevedo, A. Gomes, M. et all. (2012). “Dinâmicas Demográficas e Envelhecimento da População Portuguesa: Evolução e Perspectivas” Instituto do Envelhecimento da Universidade de Lisboa - Fundação Francisco Manuel dos Santos consultado em https://www.ffms.pt/upload/docs/cf188adf-cdc8-496e-8fb8-8e89516aad00.pdf a 22/01/2014.

Fernandes, A. (1997). Velhice e Sociedade: Demografia, Família e Políticas Sociais em Portugal. Oeiras. Celta Editora.

Gradim, C. Sousa, A & Lobo, J. (2007) A prática sexual e o envelhecimento - Cogitare Enferm - Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Paraná. pp. 204-213.

Marques, S. (2011). Discriminação da Terceira Idade. Lisboa: Fundação Francisco Manuel dos Santos.

Rodrigues, E. & Dias, I. (2012). Demografia e Sociologia do Envelhecimento. In Ribeiro, O.& Paúl, C. (2012) “Manual de Gerontologia - Aspetos Biocomportamentais, Psicológicos e Sociais do Envelhecimento” (1ª Edição - pp. 179-202). Lisboa: Lidel.